quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Fábrica de sabores

TRABALHO DOCE: Assistente de criação de aromas David Coelho, 25, seleciona aromas adocicados no laboratório
Crédito: Victor Affaro
Victor AffaroUm chiclete com sabor de frutas tropicais, batatas fritas com gosto de frango assado, chá com aroma de pêssego. a maior parte dos sabores que sentimos ao provar alimentos industrializados não vem de ingredientes de verdade. gosto de cogumelo, coco ou morango, nesse caso, são resultados de combinações de ésteres, ácidos, cetonas, aldeídos. 

Eventualmente, também se usam óleos essenciais vindos da natureza, de plantas ou frutas. Transformar essas substâncias em algo palatável é o trabalho dos funcionários de empresas como a Givaudan, uma multinacional suíça responsável por criar sabores dos produtos de algumas das maiores companhias alimentícias do mundo. Não sem motivo, essas pessoas passam boa parte do dia comendo, bebendo e mascando chicletes. “É muito bom, mas também tem seu lado ruim”, diz Joerg Mille, 45 anos, em tom de brincadeira, enquanto põe a mão na barriga. O brasileiro de ascendência alemã é diretor-técnico da empresa no país, cuja sede fica em São Paulo. Em uma sala de reuniões perto dele, 10 pessoas de jaleco branco cheiram tirinhas de papel (iguais àquelas de loja de perfume) e discutem amostras saídas do laboratório ao lado. Cheirá-las também faz parte do trabalho. 

Além das guloseimas, os funcionários vivem cercados de frascos. Um deles está cheio de líquido incolor mas, quando a tampa é aberta, um cheiro familiar se espalha rápido pela sala. Fica fácil fechar os olhos e ter a certeza de estar diante de um panetone que acabou de sair do forno. “Esse aroma é uma mistura de óleos essenciais de laranja, extratos de figo, ameixa e outras coisas”, diz. 

Não é só pra dar sabor atraente que essas substâncias químicas são criadas. Elas também servem para mascarar o gosto ruim de ingredientes (o ômega-3, um derivado de óleo de peixe e sementes, é horrível) e aprimorar o paladar de enlatados, congelados e comidas desidratadas, já que o processo industrial e de armazenamento tira boa parte das propriedades originais. De acordo com dados da empresa, o aroma é o maior motivo de recompra de um produto. Você pode consumir algo por ter uma embalagem bonita, porque viu a propaganda ou por causa de uma indicação. Mas o sabor é que fará você comprar novamente”, diz Mille. 

Não à toa esse mercado de aromas para comidas e bebidas movimenta entre US$ 8,5 bilhões e US$ 10 bilhões ao ano. A Givaudan, a maior empresa do mundo na área, detém uma fatia de 25% desse bolo, seguida de multinacionais como a Firmenich e International Flavors and Fragrances (IFF). 


Victor Affaro
NA BALANÇA: O estagiário Daniel Herraez, 19, faz a pesagem de aromas doces, como baunilha, frutas e mel
Crédito: Victor Affaro

 NATURAL DE FÁBRICA 
Além das substâncias químicas, extratos naturais também entram na equação para dar sabor e aroma aos alimentos produzidos nas fábricas. Há 3 formas de tudo isso ir parar em um produto. Quando você lê “aroma natural”, quer dizer que ele foi obtido por meio de processos físicos que usam matéria-prima, retiram sua essência e aplicam no alimento. Se está escrito “idêntico ao natural”, foi criado sinteticamente em laboratório para replicar essas moléculas encontradas na natureza. Por último, “artificial” no rótulo significa que os aromistas criaram moléculas que não existem na natureza, a partir das substâncias de laboratório. 

As sintéticas são as mais usadas por serem mais baratas. Para se ter uma ideia, é necessário espremer uma tonelada de limões para obter cerca de 3 quilos do óleo essencial usado no “aroma natural”. O processo encarece o produto e por isso é menos comum nessa indústria. Ser artificial, porém, não significa que o aroma faz mal à saúde. Antes de ir para as fábricas de alimentos, moléculas com potencial para uso comercial passam por testes de toxicologia em instituições independentes. “No Brasil, seguimos normas de segurança internacionais para nos encaixarmos na regulamentação da Anvisa”, diz Barbara Lajus, diretora-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Essenciais, Produtos Químicos Aromáticos, Fragrâncias, Aromas e Afins (Abifra). 
Das 6 mil moléculas aromáticas naturais conhecidas, é possível replicar 2,5 mil em laboratório. Um aroma comercial sintético, em média, combina de 35 a 50 moléculas para isso. Na natureza é diferente. O gosto de um maracujá fresco é formado por cerca de 300 moléculas. Já o aroma do café torrado de verdade pode chegar a ser composto por mil moléculas. Mas é necessário muito menos para clonar um sabor em laboratório. “Várias moléculas não são importantes. Enquanto isso algumas estão praticamente em todos os sabores frutais”, diz Mille. 


Victor Affaro
ATÉ CHURRASCO: A aromista Graziella Viola, 33, analisa aromas salgados como bacon e cebola frita
Crédito: Victor Affaro



Gente, vamos combinar que a industria de alimentos utiliza em seus produtos o que acaba sendo mais barato, no caso em grande maioria aromas sintéticos, bem como corantes, adoçantes e etc...

Nosso organismo NÃO é preparado para lidar com essas substâncias. Ele é super esperto e aprende a "conviver" com elas. Porém uma hora o organismo entra em pane por tentar por muito tempo metabolizar essas substâncias estranhas (portanto tóxicas) e simplesmente uma hora você adoece.
Isso significa que você está saturado. Que seu organismo simplesmente não aguenta mais digerir os NÃO-ALIMENTOS que você ingere.

RESUMO => volte ao natural!
Quanto menos refinado, processada, embalado e industrializado, melhor!
Na alimentação, menos é mais!

Feche os olhos e pense numa mexerica sendo descascada. Com certeza você sentiu o aroma e se duvidar até viu o sumo da fruta vaporizar no ar.
Agora me diga. Pra que trocar a comida natural por um pacotinho com "aroma artificial de"? 

Pense nisso e
Alimente uma vida mais saudável! 
((♥))

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